The Smiths

Nesta página descreveremos a banda em si como uma entidade coletiva produtora de documentos arquivísticos, utilizando para tal a ISAAR(CPF) complementada pela NOBRADE.

 

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Identificação:

  • Código: BR ARQ1 SMT
  • Tipo de entidade: Banda musical
  • Formas autorizadas do nome: The Smiths
  • Nível de descrição: Entidade Coletiva
  • Outras formas de nome: Smiths. Os Smiths.

Descrição:

  • Data da existência:  1982 – 1987
  • História:
    • O cenário pós-punk britânico no início dos anos 80 fez surgir uma das bandas de rock mais brilhantes que unia com perfeição a simplicidade e harmonia da guitarra, uma voz inconfundível, com letras que falavam de política com um humor ácido ou uma sensibilidade incomum sobre os conflitos da alma. The Smiths foi uma banda que durou pouco mais de cinco anos, mas o seu legado musical e poético influencia bandas até hoje.
    • Um guitarrista brilhante de descendência irlandesa, nascido em Manchester procurava por outras pessoas para montar uma banda. John Martin Maher (Johnny Marr) trabalhava numa loja de roupas chamada X Clothes em 1982. Desde os tempos da escola, ele tocava guitarra brilhantemente com seu amigo de infância Andy Rourke (baixista) em sucessivas bandas que soavam como o rock norte americano: Tom Petty e Neil Young em particular. Porém após algumas tentativas frustadas, ainda faltava um cantor decente.
    • Então John lembrou-se de uma pessoa que havia encontrado por um breve momento num show da Patti Smith, anos atrás, quando ele tinha apenas 15 anos. Era o mesmo rapaz que estava um dia numa banda chamada The Nosebleeds junto com o guitarrista Billy Duff (depois pertenceu à banda The Cult) e que escrevia letras particularmente incomuns. Tanto John como esse cantor tinham um amigo em comum, Steven Pomfret que incentivou John a procurá-lo. Então, em maio de 1982, John Martin Maher de Wythenshawe, pegou um ônibus até a King’s Road, Stretford e bateu a porta de número 384. E encontrou Steven Patrick Morrissey que assim como Maher, de descendência irlandesa nascido em 22 de maio de 1959, Manchester. Mergulhado em livros de Oscar Wilde e filmes de James Dean, seu gosto musical caminhava por rock’n’ roll dos anos 50 (como Elvis Presley), bandas de garotas dos anos 60 (The Marvelettes, The Cookies, Sandie Shaw) e bandas glam rock dos anos 70 (T Rex, Sparks, Bowie) e punk (New York Dolls, Patti Smiths, Buzzcocks).
    • Encontrado o cantor, posteriormente chamaram um baterista de 19 anos, Mike Joyce, que conhecia Maher apenas de vista na X Clothes e que foi apresentado a a Maher por um amigo em comum. Este ficou impressionado com a habilidade e a energia de Joyce. Depois Andy Rourke foi chamado para substituir Dale Hibbert e completou-se a banda. John Maher mudou seu nome para Johnny Marr para não ser confundido com outro famoso John Maher em Manchester. Formava-se então The Smiths, nome escolhido por Morrissey.
      No início da carreira, uma curiosidade é que a banda mandou uma fita demo para a Factory Records de Manchester, mas nem o dono do selo, Tony Wilson, nem o empresário do New Order, Rob Gretton ficaram impressionados com o material.
    • O primeiro single que realmente fez sucesso (mas não a primeira música do The Smiths) e que fez com que a banda ficasse conhecida fora de Manchester foi “Hand in Glove” de 1983, que começou a tocar nas rádios britânicas. Lançado pelo selo independente Rough Trade, a banda se destacava pela voz inimitável de Morrissey e seu lirismo, além de um arranjo simples mas consistente das guitarras de Marr e com um baixo e bateria que inspiravam energia. “This Charming Man” foi o single seguinte, lançado no mesmo ano que consolidou o sucesso da banda. O primeiro álbum surgiu em fevereiro de 1984 intitulada “The Smiths”. Em novembro do mesmo ano a banda lança “Hatful of Hollow” com músicas memoráveis como “Heaven Knows I’m Miserable Now” e “How Soon is Now”. Em fevereiro de 1985 surge o álbum “Meat is Murder”, com clara defesa ao vegetarianismo. “The Queen is Dead” foi lançado em junho de 1985, o título com dura crítica ao governo britânico, contém músicas inesquecíveis como “The Boy With the Thron in His Side”, “Bigmouth Strikes Again” e “There is a Light That Never Goes Out”. Nessa época Andy Rourke foi substituído pelo baixista Craig Gannon (ex-Aztec Camera), por estar envolvido com drogas, mas logo retornou à banda. A coletânea “The World Won’t Listen” foi lançada em março de 1987 e logo em seguida nos EUA surge a coletânea “Louder Than Bombs” em maio do mesmo ano. O último álbum da banda foi “Strangeways Here We Come” de setembro de 1987 com músicas como “Stop me if You think You’ve Heard This One Before”, “Girlfriend in a Coma” e “Lat’s Night I Dream That Somebody Loved Me”. Após o final da banda, surgem ainda em setembro de 1988 é o álbum “Rank”, gravado ao vivo e em 1992 os álbuns “Best I” e “Best II”, além de uma coletânea de vídeos. Foi lançado ainda “Singles” e o último lançamento foi o álbum de coletâneas “The Very Best of The Smiths”.
    • A banda terminou em 1987 quando Johnny Marr decidiu sair da banda.
  • Locais de origem: Manchester, Reino Unido.
  • Integrantes da Banda:
    • Principais:
      • Steven Patrick Morrissey – vocais, compositor (1982–1987)
      • John Martin “Johnny Marr” Maher – guitarras, piano, harmônica, teclados, co-compositor (1982–1987)
      • Andy Rourke – baixo (1982–1986, 1986–1987)
      • Mike Joyce – bateria (1982–1987)
    • Outros Membros:
      • Steven Pomfret – guitarra base (1982)
      • Dale Hibbert – baixo (1982)
      • Craig Gannon – baixo (1986), guitarra base (1986)
      • Ivor Perry – guitarras (1987)

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  • Contexto Geral:
    • A velha Manchester na Inglaterra passava por uma fase de decadência após quase dois séculos de intensa industrialização e o desemprego assolava a maior parte da população operária. A falta de perspectiva, principalmente nos jovens era extremamente grande. Foi nesse contexto que surgiu The Smiths. O punk alcançou seu auge em 1977, quando se tornou um fenômeno cultural de grandes proporções com centenas de entusiastas e dezenas de novas bandas de punk rock. Com o sucesso e divulgação, muitas de suas características originais — a irreverência, desprezo pela sociedade e a valorização da revolução pessoal — se tornaram irrelevantes para a maioria dos novos adeptos. Dois fatores principais para este fenômeno foram o interesse comercial da indústria cultural e a crescente influência da postura ‘festeira’ do punk norte-americano (em contraposição ao niilismo e inclinação destrutiva do punk inglês). De um lado, este desprezo pelos valores contra-culturais do punk permitiu que a música comercial se misturasse livremente com as novas características trazidas pelo punk, dando origem a bandas de punk rock que não eram necessariamente formadas por punks, do outro lado, os mais interessados em manter o punk como algo alternativo estabeleciam dogmas de conduta e estilo que limitavam severamente a criatividade. Neste período centenas de novas bandas surgiram representando em diferentes graduações estes dois extremos.
    • Apesar deste momento de agitação cultural ter sido inicialmente chamado de new wave (“nova onda”), é mais adequado atribuir este nome para as bandas da época com inclinações comerciais e influenciadas pela cultura pop e o nome Pós-punk para o lado mais alternativo e experimental. Em pouco tempo ambos se transformaram em característicos estilos musicais, por isso é comum atualmente referir a estes nomes como estilo ao invés de manifestação cultural. Pode-se considerar de forma geral o New Wave como a evolução acessível (mainstream) do Punk e o Pós-punk como o caráter alternativo das novas bandas (não uma mera negação do punk, como pode ser erroneamente sugerido). Um fenômeno importante para a consolidação do pós-punk é a transformação de pequenas lojas de discos em gravadoras independentes e a sólida alternativa que elas representavam às grandes empresas que dominavam o mercado fonográfico. Rough Trade, Factory, Small Wonder, entre outras, por volta de 1978 criaram informalmente uma rede de gravadoras independentes e foram responsáveis pela promoção da maior parte dos artistas pós-punk, que nunca conseguiriam contrato com as grandes gravadoras. Em 1979 as primeiras bandas pós-punk começam a serem reconhecidas e são lançados alguns dos mais importantes discos da cena.
    • É em 1979 também que vários conjuntos recém-formados e com uma forte identidade estilística lançam suas primeiras gravações. Algumas características dessa identidade são a atmosfera sonora etérea, algumas vezes criando uma ambientação desértica e angustiante, e a interpretação introspectiva do sombrio, o existencialismo e o delírio a partir da ótica metropolitana, ou em alguns casos de pontos de vista surreais/metafísicos.

Relacionamentos

  • Rough Trade Records (gravadora no Reino Unido) – 1983 a 1987
  • Sire / Warner (distribuidora nos EUA) – 1984 a 1992
  • Warner (distribuidora) – 1992 em diante

Controle

  • Regras ou convenções utilizadas: Norma Internacional de Registro de Autoridade Arquivística para Pessoas Coletivas, Pessoas Singulares e Famílias: ISAAR (CPF) – International Standard Archival Authority Record For Corporate Bodies, Persons and Families, 2nd ed., Canberra: Conselho Internacional de Arquivos, 2004.
  • Status: Versão preliminar.
  • Nível de detalhamento: Parcial.
  • Data de criação: Descrito em 30/11/2018 por Daiana Limeira de Freitas Perônico.
  • Idioma: Português (Brasil).
  • Fontes: SMITHS, THE. Página oficial. Disponível em: <http://officialsmiths.co.uk/> Acesso em: 30 nov 2018.